Saturday, December 03, 2005

A origem da Lua

Acredita-se que a terra tenha sido formada há aproximadamente 5,5 bilhões de anos atrás, através da aglomeração de grandes rochas resultantes da formação do sol. Então, há 4,5 bilhões de anos atrás, segundo uma teoria, um corpo do tamanho de marte chocou-se com a nascente terra, espalhando material suficiente para que a lua pudesse ser formada. Tal hipótese foi testada através de simulações computacionais, com resultados que tendem a comprovar sua veracidade. Além disso, um choque da terra com um grande asteróide seria capaz de desviar o eixo de rotação da terra com relação ao plano de órbita da lua, fato hoje observado.

Depois desse choque a calma então prevaleceu nessa parte do sistema solar por aproximadamente 600 milhões de anos. Análises feitas em rochas lunares trazidas pelos astronautas da missão Apollo sugeriram que há 3.9 bilhões atrás um cataclisma ocorreu: uma chuva de grandes corpos, do tamanho de asteróides, atingiu a terra, a lua, e provavelmente todos os planetas dessa região interna do sistema solar.

Tal teoria que ainda hoje recebe críticas, tem ganhado força com a análise de rochas lunares provenientes de crateras do lado oculto da lua e também de rochas de 12 crateras diferentes, pelas missões norte-americas e soviéticas. Nenhuma delas era mais antiga do que 3,9 milhões de anos, indicando que o evento foi suficiente intenso para apagar os traços de impactos anteriores. A fonte do cataclisma é desconhecida, embora haja teorias baseadas em simulações computacionais, sugerindo que essa chuva de rochas foi ocorreu devida à formação tardia dos planetas Netuno e Urano.

Através de um pequeno binóculo já é possível a observação das crateras lunares. Os mesmos impactos ocorreram na terra, embora poucas sejam hoje visíveis, em parte pelo efeito de proteção da atmosfera que desintegra muitos meteoritos antes deles atingirem a superfície e também devido à erosão causada pelos ventos e chuvas. Na lua pequenas crateras de milhões de anos são visíveis porque a falta de atmosfera e água faz com que a erosão seja quase inexistente. Ou seja, o mundo que os astronautas visitaram nos anos 70 é praticamente o mesmo daquele do tempo em que a vida começou a aparecer na terra, há 3 bilhões de anos atrás.

Por essa razão o estudo da lua e de suas crateras não é importante por si só, mas também para elucidar os eventos que aconteceram em todo sistema solar, desde a sua formação, há cerca de 5,5 milhões de anos atrás. Um conhecimento detalhado das datas do impactos que causaram as crateras lunares, poderiam descrever eventos cósmicos que fazem parte da história do nosso planeta.

O melhor método para se conhecer a data de um impacto lunar seria ir lá e colher amostras estatisticamente distribuídas e fazer as datações. No entanto, não temos acesso fácil à lua no presente momento. Em 1969, na época quando o homem pisou na lua pela primeira vez, acreditava-se que pelo ano 2000 já teríamos lá algumas colônias. Não estamos nem perto disso. As 6 missões Apollo e as três russas, terminaram em 1972, trazendo amostras de rochas de somente 9 pontos distintos. Mais algumas rochas lunares que foram ejetadas após os impactos foram encontradas mais recentemente. Pouco se fez desde então, exceto estudar mais detalhadamente as rochas disponíveis.

Há um pequeno efeito de erosão lunar, que nos permite ao menos ter uma idéia da idade de crateras lunares. Os impactos produzem raios, que são rastros de pó fino formados durante a explosão, que se estendem por muitos quilômetros sobre a superfície. Tais raios são associados a crateras recentes, como aquela vista na lua através de binóculos, chamada Giordano Bruno. Enquanto que as crateras se mantêm inalteradas por bilhões de anos, os raios não, pois à medida que o tempo passa poeira fina vinda do espaço, micrometeoritos, acaba recobrindo os raios, fazendo-os desaparecer. Especula-se que talvez a cratera Giordano Bruno tenha sido decorrente de um aparente impacto ocorrido na lua em 1178 observado por cinco monges ingleses e descrito na crônica de Gervase de Canterbury. Uma evidência favorável a tal hipótese é dada pela observação do vibrações da superfície lunar.

Quando um meteorito muito grande ou veloz se choca com a lua, esta responde com vibrações. Calcula-se que tais oscilações não cessam antes de uns oitocentos anos, para um impacto do tipo que estamos considerando. Esses estremecimentos da superfícies podem ser medidos através de raios laser mandados da terra e refletidos em espelhos deixados na lua pelos astronautas da missão Apollo. A medição do tempo de ida e volta dos raios nos dá com excelente a distância da fonte do laser ao espelho. As medições indicam que a superfície lunar vibra com um período de cerca de três anos e amplitude de três metros, consistente com a idéia de que a cratera Giordano Bruno tenha menos de 1000 anos de idade.

0 Comentários:

Post a Comment

<< Home